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Luz e água grátis para 60 milhões? Governo prepara medida inédita

No Brasil, onde o acesso aos serviços básicos como energia elétrica e água potável ainda é um desafio para muitas famílias, uma notícia vem trazendo esperança e dúvidas ao mesmo tempo.

O governo federal está prestes a anunciar uma medida provisória (MP) que promete isentar até 60 milhões de brasileiros do pagamento da conta de luz.

Mas, enquanto essa iniciativa surge como um alívio para milhões de famílias vulneráveis, ela também levanta questões importantes sobre a viabilidade financeira e os impactos no setor elétrico nacional. Afinal, como o benefício será aplicado?

Quem realmente poderá ser contemplado? E quais os possíveis efeitos para o consumidor comum e para o sistema de fornecimento de energia?

A resposta para essas perguntas exige atenção e um entendimento claro do que está sendo proposto, já que a medida, apesar de inovadora, ainda precisa passar pelo crivo do Congresso para se tornar definitiva.

Imagine ter a chance de consumir luz e água de graça no Brasil? Nova notícia diz que isso pode ser realidade para muitos; entenda.
Imagine ter a chance de consumir luz e água de graça no Brasil? Nova notícia diz que isso pode ser realidade para muitos; entenda – Foto: Jeane de Oliveira/procred360.com.br.

Quem poderá aproveitar a conta de luz e água grátis?

A medida provisória direciona o benefício para um público específico: famílias em situação de vulnerabilidade social, que consumam até 80 kWh por mês — o que é considerado baixo consumo.

Mas isso não é tudo. Para fazer parte do grupo de beneficiados, é necessário atender a critérios sociais bem definidos.

Essas famílias devem estar inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda mensal por pessoa de até meio salário mínimo.

Além disso, idosos e pessoas com deficiência que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) também estão incluídos. Outro grupo contemplado são as famílias indígenas e quilombolas registradas no CadÚnico.

É importante destacar que a medida também prevê isentar a Contribuição de Desenvolvimento Energético (CDE) para famílias com renda entre meio e um salário mínimo, que atualmente arcam com essa cobrança.

Essa ação visa reduzir ainda mais a conta de luz dessas famílias, aumentando o alcance do benefício.

Essa segmentação tem o intuito de garantir que o auxílio chegue de fato a quem mais precisa, evitando distorções e desperdícios de recursos públicos.

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Reforma energética e incentivo à sustentabilidade: o que muda a partir de 2026

Mas as novidades não param por aí. A MP faz parte de um pacote maior de reformas no setor elétrico que está sendo discutido há meses.

Uma das principais mudanças previstas para janeiro de 2026 é permitir que consumidores residenciais e pequenos comércios possam escolher a fonte da sua energia, priorizando fontes renováveis como a solar e eólica.

Essa mudança pode transformar o mercado de energia no Brasil, ao incentivar a diversificação da matriz energética e ampliar o uso de tecnologias sustentáveis.

Além disso, a reforma tem como meta preparar o país para práticas mais conscientes de consumo energético.

No entanto, essa abertura para a escolha da fonte energética ainda depende da aprovação final do Congresso, e enfrenta resistência de alguns setores tradicionais da indústria.

Desafios financeiros e política: o que esperar da tramitação no Congresso

Apesar dos benefícios sociais evidentes, a proposta enfrenta críticas e preocupações sobre seu impacto financeiro.

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Estima-se que o custo da isenção para até 60 milhões de brasileiros será alto, e o governo avalia alternativas para financiar a medida, incluindo o uso de recursos do próprio setor elétrico e a realocação de verbas orçamentárias.

Especialistas já alertam para a necessidade de um plano robusto de compensação para as distribuidoras de energia, que podem enfrentar desequilíbrio financeiro caso o custo não seja adequadamente coberto.

No Congresso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, terá papel crucial na condução do projeto, designando relator e coordenando as negociações entre os parlamentares.

O sucesso da medida dependerá da articulação política entre Legislativo e Executivo, em um cenário que promete ser disputado e complexo.

Além disso, a administração Lula está atenta para garantir que o benefício não onere outras classes de consumidores, tentando evitar aumentos que possam atingir a população em geral.

Rodrigo Campos

Rodrigo é jornalista, formado desde 2012, especializado em Comunicação e Semiótica e atuou em grandes veículos de imprensa digital, Rádio e TV no interior de SP. Escreve e produz conteúdo com foco em mídias digitais desde 2019.

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